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Menina de 9 anos denuncia falta de acessibilidade em Mogi das Cruzes

Falta de acessibilidade dificulta estudo de menina deficiente visual em Mogi das Cruzes “Bom dia TV Diário! Sabe, queria conversar com vocês. Como vocês co...

Menina de 9 anos denuncia falta de acessibilidade em Mogi das Cruzes
Menina de 9 anos denuncia falta de acessibilidade em Mogi das Cruzes (Foto: Reprodução)

Falta de acessibilidade dificulta estudo de menina deficiente visual em Mogi das Cruzes “Bom dia TV Diário! Sabe, queria conversar com vocês. Como vocês conhecem tudo e sabem de tudo, podem me ajudar? Por que a nossa cidade não tem nada para cegos?”, foi assim que a pequena Lívia Godinho, de 9 anos, chamou a atenção para problemas de acessibilidade em Mogi das Cruzes. A mensagem foi enviada para TV Diário e representa o que, tão cedo, a Lívia – que é deficiente visual - enfrenta no dia a dia até a escola. Ela sente na pele os desafios da falta de inclusão. ✅ Clique para seguir o canal do g1 Mogi das Cruzes e Suzano no WhatsApp “Eu que tenho que descer na vaga do cadeirante, não consigo. Eu tenho que descer lá embaixo, e lá embaixo nas calçadas têm um monte de buraco. Então, a gente cai no buraco, levanta e cai no outro buraco. A gente vai caindo no buraco até chegar na porta. Tinha que ter o piso tátil para guiar pelas salas, para os banheiros. Tinha que ter o relevo no banheiro, ter o bonequinho com relevo, a bonequinha com o relevo”, revindicou a garota. Lívia enfrenta dificuldades para chegar à escola Reprodução/TV Diário Lívia estuda na Escola Municipal Benedito Ferreira Lopes, que atende alunos do primeiro ao quinto ano. Depois que ela perdeu totalmente a visão, em abril, a rotina ficou mais difícil. “Eu já usava a guia, mas era bem raro usar mesmo na escola. Foi uma mudança enorme até eu aprender com ela, foi umas caídas enormes. A lupa, eu uso ela, mas não é a manual, é outra, são muitas diferentes. Eu tenho que usar a eletrônica, a que aumenta o papel, aí o livro tem que ser enorme, do tamanho da mesa, têm que ser muitas coisas, com muitas diferenças”, contou Lívia sobre a rotina dela. O pai da menina, Ronaldo Godinho, teme pela demora por parte da Prefeitura para que alguma medida seja tomada. “Uma criança que está perdendo a visão e eles sabem. E aí eles falam que eles não podem fazer muita coisa porque tem que decorrer da Prefeitura. Aí a Prefeitura fala que já tá acionando, já vai fazer, vai mexer e aí vai cada vez mais vai postergando o que ela precisa na realidade para ontem, né?”, ressaltou. O presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, Ricardo Pedrosa, conta que quando se fala em acessibilidade é preciso pensar além da parte arquitetônica. “Acessibilidade vai nessa questão de comunicação para aquelas pessoas que são surdas, né? Então precisa de intérprete e alguns estabelecimentos, algumas repartições públicas precisam de audiodescrição para as pessoas com deficiência visual. Então tudo isso a gente trabalha bastante para que seja implantado na nossa cidade”, disse. O Ricardo conta ainda que para além do perímetro escolar, a realidade da cidade de Mogi das Cruzes para a pessoa com deficiência é difícil. “Ainda falta algumas faixas elevadas, falta semáforo sonoro para as pessoas com deficiência visual. Falta o respeito, né? Até mesmo dos motoristas, da sociedade com relação às vagas das pessoas com deficiência no trânsito. Tudo isso precisa ser trabalhado”, ressaltou o presidente. Para quem está no começo dessa jornada, uma coisa certa: os desafios estão aí. Não são fáceis, mas o senso coletivo poderia transformar o mundo. “Eu sonho no futuro, eu não só penso em mim, nessa escola mudar. Eu penso em muitas pessoas”, finalizou Livia, O que diz a Prefeitura Por meio de nota, a Prefeitura de Mogi das Cruzes informou que a Secretaria de Educação faz um acompanhamento constante das necessidades da Escola Municipal Benedito Ferreira Lopes e que a manutenção da calçada está programada para este ano, mas sem prever uma data. A nota traz ainda que, em um trabalho conjunto com a Secretaria de Obras e Infraestrutura, foram levantadas as questões de acessibilidade da escola, o que exige um projeto específico para atender a demanda. O projeto está sendo elaborado e incluirá a construção de uma rampa de acesso e a instalação de piso tátil na unidade escolar. Segundo a Prefeitura, os alunos com deficiência são atendidos pela equipe escolar e profissionais em suas necessidades, assegurando sua aprendizagem e segurança. Assista a mais notícias do Alto Tietê

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